15 de junho de 2011

Amigo, um Ensaio

Difícil querer definir amigo.

Amigo é quem te dá um pedacinho do chão, quando é de terra firme que você precisa, ou um pedacinho do céu, se é o sonho que te faz falta.

Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração pulsante, costas largas.

É quem tentou e fez, e não tem o egoísmo de não querer compartilhar o que aprendeu.

É aquele que cede e não espera retorno, porque sabe que o ato de compartilhar um instante qualquer contigo já o realimenta, satisfaz.

É quem já sentiu ou um dia vai sentir o mesmo que você.

É a compreensão para o seu cansaço e a insatisfação para a sua reticência.

É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir devagar, a angústia pela compreensão dos acontecimentos, a sede pelo 'por vir'.

É ao mesmo tempo espelho que te reflete, e óleo derramado sobre suas águas agitadas.

É quem fica enfurecido por enxergar seu erro, querer tanto o seu bem e saber que a perfeição é utopia. É o sol que seca suas lágrimas, é a polpa que adocica ainda mais seu sorriso.

Amigo é aquele que toca na sua ferida numa mesa de chopp, acompanha suas vitórias, faz piada amenizando problemas.

É quem tem medo, dor, náusea, cólica, gozo, igualzinho a você. É quem sabe que viver é ter história pra contar.

É quem sorri pra você sem motivo aparente, é quem sofre com seu sofrimento, é o padrinho filosófico dos seus filhos. É o achar daquilo que você nem sabia que buscava.

Amigo é aquele que te lê em cartas esperadas ou não, pequenos bilhetes em sala de aula, mensagens eletrônicas emocionadas.

É aquele que te ouve ao telefone mesmo quando a ligação é caótica, com o mesmo prazer e atenção que teria se tivesse olhando em seus olhos.

Amigo é multimídia. Olhos... amigo é quem fala e ouve com o olhar, o seu e o dele em sintonia telepática.

É aquele que percebe em seus olhos seus desejos, seus disfarces, alegria, medo.

É aquele que aguarda pacientemente e se entusiasma quando vê surgir aquele tão esperado brilho no seu olhar, e é quem tem uma palavra sob medida quando estes
mesmos olhos estão amplificando tristeza.

É lua nova, é a estrela mais brilhante, é luz que se renova a cada instante, com múltiplas e inesperadas cores que cabem todas na sua íris.
Amigo é aquele que te diz 'eu te amo', sem qualquer medo de má interpretação.
A amigo é quem te ama 'e ponto'. É verdade e razão, sonho e sentimento.
Amigo é pra sempre, mesmo que o sempre não exista."





_kika



3 de junho de 2011

Tarde de Outono


Em meio a essa tarde tristes
em meio a esse vento frio
uma canção era fixa em minha cabeça
uma canção alegre que tornava as folhas que caiam das árvores mais harmoniosas
em meio aquela tarde sai correndo pelo quintal
não havia pássaros nem musica só aquela que estava na minha mente e em meu coração
algo que me levaria até as estrelas ou me faria viajar pelo mundo
aquela tarde triste de outono se transformou em algo mágico
em quando eu rodava e dançava com as folhas o mundo ficou mais bonito
parecia a ultima tarde
parecia a ultima lembrança
parecia a ultima alegria que restava em mim
ao passar desses outros outonos me lembro daquela tarde
daquela magia daquela alegria
que ainda hoje habita em meu coração
nessas tardes de outono já não choro
nessas tarde de outonos eu procuro o sorriso nos rostos de meus amigos
nessas tarde procuro um abraço
nessas tardes procuro se feliz
Kika Martin

Conto - Cartas para Lúcia

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É uma tarde de outono naquele pequeno vilarejo nos arredores de Londres. As folhas caem das árvores e pousam suavemente nos pés de Lucia. A garota olha ao redor, confusa, ainda sem entender quem lhe dera aquele pequeno bilhete que achou na varanda de sua pequena casa.

O bilhete dizia, em belas letras: "Me perdoe". E isso a deixou confusa: a quem deveria perdoar? Na verdade ela sequer conseguia raciocinar direito. Seus pensamentos estavam longe, em uma pequena cama no quarto de um hospital.

"Eu ficarei bem, meu amor.", Pedro disse, enquanto era levado ao centro médico, "daqui a pouco seu namorado está novinho em folha"

Novo em folha.. bom trocadilho para um começo de outono. Mas não preciso me preocupar, todo mundo pega uma doença nesta época do ano. - ela pensa, pouco satisfeita com aquela situação.

De repente ela se desfaz de seus devaneios, pois o carteiro se aproxima de sua casa.

-Alguma carta para mim hoje, Bob?
-Sim, tenho uma! Chegou esta manhã.
-Ok, obrigada.

Após o carteiro fazer a curva, ela olha para a carta. estranho, não tem remetente. E, abrindo, encontra apenas uma frase: "Desculpe-me se algo aconteceu comigo, mas eu nunca vou deixar nada acontecer com você".

Haha, o Pedro só deve estar brincando comigo. Eu o amo mas às vezes ele é tão estúpido ¬¬ De qualquer forma vou ligar pra mãe dele, ela deve saber mais que eu.

Subiu a escada, atravessando uma brisa repentina que entrava pela janela. Mas quando chegou ao patamar do andar de cima, foi atingida por tamanha premonição de horror e desgraça que parou - como que congelada - e ficou olhando em volta espantada, sem compreender as emoções que tomavam conta dela. Segurou o bilhete com tanta força que quase o rasgou, seus braços e costas totalmente arrepiados.

O que está havendo? ela se pergunta, confusa e assustada, as mãos gélidas. Que diabo é isso? Fantasmas? Ai não, isso não. Não agora.

Com uma força de vontade indescritível ela consegue se descongelar de seu repentino lapso surreal, e entra no quarto, pegando logo o telefone na escrivaninha.

- Alô! Sra. Marta?
- Oi, Lúcia, sou eu.
- Hum. Bem, eu só queria saber se Pedro está melhor.
- Oh querida, você não foi avisada?
- Do que?
(em lágrimas) - Nosso Pedro morreu, querida.
- Hã? O quê?  Ah, não ... Não, não pode ser real.
- Também queria que não fosse real.. Mas é. Foi ontem à noite. Nem os médicos compreenderam o que lhe aconteceu.
- Ah, mas.. mas.. então e as cartas.. ah, caralh...
-O quê?

Lucia deixa cair o telefone, porque as suas mãos tremem demais. Atordoada, ela se joga na cama, absorvendo a fraca luz do luar que adentra na janela. Uma luz fraca, mas estupidamente real.
E um pequeno bilhete entra suavemente pela janela, parecendo vir do escuro da noite. Com um forte senso de desorientação, ela pega o papel, lê, absorvendo cada letra e, apesar da dor e medo, ela se sente melhor. Agora compreende. Pois no bilhete estava escrito, em letras muito belas: "O amor pode sobreviver à morte".

Joseane Pereira
ou anne





"Vamos conversar, você e eu. Vamos conversar sobre o medo. A casa está vazia quando escrevo isto; uma fria chuva de fevereiro cai lá fora. É noite. Às vezes, quando o vento sopra do jeito que está soprando agora, falta luz. Mas por enquanto não está faltando, então vamos conversar muito honestamente sobre o medo. Vamos conversar muito racionalmente sobre chegar às raias da loucura… e talvez cruzar a fronteira." - Stephen King



13 de abril de 2011

momento...

VoCê não vai sentir minha falta mesmo
não faço diferença nem uma para você
as minhas lembranças já foram apagadas de sua memória
para você não fará diferença se eu partir
se eu não mais viver
eu achava que tinha amigos
mais hoje em dia já não tenho certeza
esta tudo tão confuso
esta tudo se perdendo dentro dessa destruição em massa
que esta acontecendo dentro de minha alma
faça que essa vozes parem
faça com que eu não enlouqueça
me salve de mim mesma
eles tentaram me rebaixar
eles tentaram me humilhar
mais eu estou tentando me livrar
estou tentando ser invensivel
estou tentando ser mais forte do que nunca
estou tentando me libertar das amarras em meus pulsos
estou tentando me libertar de mim

pois nem você sentirá minha falta
então não vai se importar se eu mudar e me transformar

_KIKA

Pequena história de Yellow

"É mesmo muito estranho dever toda a sua vida a quatro minutos e meio de música. Esta é uma canção que acabou saindo do nada, do nada, em uma noite no País de Gales. Durante um intervalo na produção do nosso album, fomos lá fora olhar o céu. Havia poucas luzes e as estrelas eram visíveis e simplesmente incríveis. Então começamos a compor: 'Look at the stars, look how they shine for you, and everything you do… e então havia uma lacuna. Lembro-me de mostrá-la para Jon, que estava jogando dardos, mas não encontrávamos uma palavra-chave que combinasse. Então eu me sentei e olhei para o livro mais próximo a mim, a lista telefônica Yellow Pages. Até hoje agradeço a Deus por aquele livro ter estado lá. Pois, naquele momento, nossa musica passou a se chamar Yellow ” . (Chris Martin)





E assim surgiu uma das musicas mais especiais do mundo :)
_anne